A guerra não declarada aos homens acabou de chegar no ódio, de novo. Desta vez, não é meramente o comportamento masculino e más atitudes que estão sob ataque, mas a biologia masculina é que é a raíz do mal.
Vejam só senhores, vocês não são apenas estúpidos, mal-orientados e culturalmente inferiores. Vocês são biologicamente falhos, pessoas inerentemente ruins. É isso que diz Margaret Wente, cuja formação em jornalismo e literatura inglesa a fazem uma “expert” embiologia humana e psicologia masculina (só que não).
O artigo recente de Wente no site de notícias canadense theglobeandmail.com denuncia a crescente disponibilidade de terapia de reposição de hormônios para homens de meia idade. Numa população de baby boomers envelhecidos – tratamentos paralelos para mulheres foram bastante promovidos por mais de uma década – mas obviamente, quando homens são o alvo demográfico para tratamentos a base de hormônios, é uma coisa muito muito ruim. Até porque, todo mundo sabe que testosterona é a fonte de toda ganância e violência no mundo.
No entanto, Margaret Wente não está deixando fatos inconvenientes ficarem no caminho de uma boa história. Num mundo de falsidade em que comumente se acredita, testosterona é o núcleo da identidade masculina. Isso significa que violência e agressão são os núcleos da masculinidade, pelo menos, de acordo com Wente, cuja seu diploma em literatura e jornalismo a fazem uma expert em psicologia comportamental.
Começando por um mito cultural, Wente constrói um caso para a inata inferioridade biológica do gênero cuja energia e criatividade têm alavancado a humanidade para a nossa moderna, limpa e bem alimentada civilização moderna.
Wente continua seu ataque contra a masculinidade com a suave declaração que a “testosterona está implícita nos problemas financeiros do mundo”. Como um assinante de várias newsletters financeiras, essa é nova para mim, mas eu não vou discutir que a masculinidade está implícita em todos os desastres financeiros do mundo com ideólogos que re-embalam preconceitos culturais sob o falso pretexto de poderem apoiar o ódio com dados. De acordo com nossa expert em problemas masculinos e econômicos:
“Talvez você não tenha notado que nenhuma mulher estava envolvida com a imprudente especulação que levou à debacle de 2008“.
Sendo homem, e portanto, inferior – eu não notei que não havia nenhuma mulher nos setores bancários e de finanças, mas agora eu sei – é tudo por causa da testosterona.
Insatisfeita com sua própria expertise profissional em psicologia masculina e biologia sexual, Wente baseia-se num banco de investimentos para trazer o conhecimento que “Testosterona é a molécula que explica a exuberância irracional”. Garotas histéricas fãs de Justin Bieber claramente estão sofrendo de envenenamento por testosterona…
SENHOR, ALGUÉM OS AJUDE!
Wente conclui seu artigo com uma citação de um autor cavaleiro-branco de outro best seller a lá “mulheres são melhores que homens”. “Mulheres têm apenas 10% da testosterona que os homens têm. Mas elas provavelmente têm 210% do juízo.”
O que há de interessante nesse fraco artigo pseudo-científico é que ele foca quase que inteiramente na biologia para vilipendiar a identidade masculina. Não há nenhum “você homem malvado deve ser re-educado” – parafraseando outra feminazi do tipo “homens são malvados”.
O
artigo de Wendy Zukerman na New Scientist sobre as raízes evolucionárias na violência doméstica é explícito em excluir a consideração de mulheres violentas. Zuckerman abre com algumas considerações razoáveis que seus pesquisadores na Universidade do Texas em Austin e Stockton College of New Jersey chegam a conclusões simplistas. No entanto, o próximo parágrafo nota o número de denúncias femininas de violência doméstica – um número grande sem comparação ou contexto.
Outro artigo no estilo homens-são-maus no Huffington Post pelo homem feminazi David Katz faz um desvio mais oblíquo porém igualmente vazio na biologia sobre a fonte do mal masculino. O artigo dele pode ser encontrado procurando por “The biological basis for behaving badly”. Uma pouco ousada aliteração por parte de Katz, porém a abordagem biológica para reinvindicar que “homem = ruim” tem um componente tático interessante. Dentro dos movimentos de direitos civis, reclamações de organizações racistas acerca de inferioridade biológica ou superioridade baseada na etnia estão entre as abordagens mais flagrantes para demonizar uma população, pois se a ideia ganha força, ela sugere uma solução biológica.
É assim que limpeza étnica se torna aceitável dentro de uma sociedade; a ideia de esterilização em massa, intervenção médica, internato ou extermínio é na verdade um ato misericordioso para o grupo-alvo. Ou simplesmente a classe-alvo é taxada de “não-humana” e então, são consideradas fora da consideração acerca dos direitos humanos.
Na introdução do documento, Stanton diz:
“O genocídio é um processo que se desenvolve em oito estágios que são previsíveis porém não inexoráveis. Em cada estágio, medidas preventivas podem pará-lo. O processo não é linear. Logicamente, os últimos estágios precisam ser precedidos pelos primeiros estágios. Mas todos os estágios continuam a operar durante o processo.“
Os estágios que Stanton identificou são: Classificação, Simbolização, Desumanização, Organização, Polarização, Preparação, Extermínio e Negação. Isso vai ao encontro da vilificação do homem como um produto da biologia natural – como tipificado por Wente e Katz, que sugerem que nossa cultura está no Estágio 3, que é Desumanização. Soluções biológicas para o “mal” da masculinidade podem ser especuladas, incluindo esterilização e rastreamento através de tecnologias RFID.
Nesse ponto, eu espero que meus leitores mais céticos pensem se eu não estou maluco, e esta é uma reação razoável. E é por isso que eu vou mencionar o fato de que o feminismo ideológico não é um movimento local ocorrendo nas nações ocidentais. Na
Índia e na
Indonésia, trens reservaram vagões só para mulheres, porém não existem os vagões só para homens. Se um homem entrar num desses vagões por engano, ele será humilhado e poderá ser linchado.
Um homem foi atirado de um trem em movimento e machucou-se seriamente. Isso é inquestionavelmente um apartheid, exatamente o mesmo fenômeno que as organizações humanitárias internacionais lutaram contra por mais de uma década até a África do Sul banir a prática em 1994.
Uma lei foi atualmente proposta onde esposas indianas seriam pagas pelo governo para bater em seus maridos com o pagamento dependendo da severidade da pancada.
Na Turquia,
homens foram barrados de partidas de futebol. Em vez de haver protesto contra essa nova manifestação de apartheid, as organizações “humanitárias” estão comemorando.
Se o argumento de que fãs violentos na maioria são homens é válido, então porque não parar com o abuso infantil impedindo as mães de cuidar de seus filhos?
Ainda assim, ninguém está reivindicando que as mães sejam banidas de seu contato com as crianças. Porque isso seria tão absurdo quando banir um homem de ir a um jogo de futebol baseado tão-somente em seu sexo.
Na Inglaterra, o Partido dos Trabalhadores faz uma convenção cuja á expressamente proibido aos homens frequentarem. Isso é inquestionavelmente apartheid. No Reino Unido, há uma proposta de mudança de lei que tornaria a prisão para os infratores do sexo feminino uma relíquia do passado, sendo substituída por ajuda no financiamento de habitação, educação e terapia. No Canada – assassinas quando condenadas são orientadas pela corte da província de Ontário a serem punidas sob penas mais leves. Quando mulheres são dadas como culpadas pelo tribunal, a elas lhes é reservada uma menor sentença por favor da corte, mas é estranho ver esse benefício sendo formalizado. Uma lei para as mulheres, outra lei para os homens. A palavra moderna privilégio tem origem na frase em latim: direito privado contra ou a favor de uma pessoa específica.
No catálogo de Stanton, que ele preparou em nome do Congresso dos EUA para ajudar na prevenção de assassinatos em massa em estados falidos, a etapa depois de Desumanização é a Organização. Dos documentos de Stanton: “o genocídio é sempre organizado, geralmente por parte do Estado“.
Onde nós estamos no programa de oito passos de Gregory Stanton? O autor mesmo disse que esses estágios não são estritamente regulares, e nós estamos também observando um fenômeno transcendendo fronteiras nacionais e regionais. Eu ainda sou doido?
Uma das dificuldades de se escrever sobre esse fenômeno é a tentação de comparação com a transformação social de um específico país europeu lá pela terceira e quarta décadas do século vinte. Eu diria que por mais que hajam semelhanças, a onda presente de descrédito da masculinidade está em um grupo diferente. Esse é um fenômeno mundial, não está ocorrendo numa região específica e relativamente isolada. Outra grande diferença é a cooperação e aderência à ideologia que despreza os homens precisa continuar a abranger a maioria dos homens para o apartheid continuar.
Rachaduras na fundação já estão aparecendo. A crescente aparição da retórica do movimento pelo direitos dos homens na mídia mainstream é uma dessas rachaduras. O marriage strike é outro notável sinal de que coisas estão mudando nas nações ocidentais e a surpreendente versão japonesa do macho zeta, os “soushoku danshi”, ou garotos comedores de grama.
A mídia ocidental pinta esses homens como se eles estivessem saindo das tradicionais expectativas por serem fracos, mas eu vejo de um modo diferente. Eles estão seguindo o próprio caminho, e não estão dando a mínima bola para a opinião dos outros. Isso soa como força para mim. Eles também estão se tornando o modelo dominante de masculinidade no Japão, com 60% dos homens entre 20 e 30 anos identificando como “comedores de grama”.
Isso é desastroso para economias que dependem da competição masculina por saúde, status e acesso à fêmeas. Isso pode – se continuar a crescer – levar ao colapso dessas nações. Se acontecer, o feminismo light, dependente de cavalheirismo, fundo estatal e aplicação da lei – vai colapsar junto.
A mídia ocidental continua a caracterizar a tendência de atualização dos homens de se desligar do tradicional papel de homem provedor como sendo um fracasso. O livro de Hymowitz “Child Man in the Promised Land” e o de Kimmel “Guyland” são exemplos primais de tentativa de induzir o comportamento descartável e de provedor no homem através do escárnio público.
Infelizmente, para Kimmel e Hymowitz, homens fugindo da corrida de ratos não são apenas competidores fracassados, são homens que avaliaram as opções disponíveis de masculinidade e selecionaram “nenhuma das anteriores”. Envergonhar com base na conformidade com um modelo de homem descartável não funciona em homens que se valorizam como seres humanos.
No Japão, os Comedores de Grama são indiferentes às tentativas de forçar o homem à conformidade com base na ridicularização e uma atitude mais saudável é difícil de contemplar. Isso é próximo ao que os budistas praticantes perseguem como um estado de graça – o desapego. No não-budista ocidente no entanto, uma crescente população adotando uma definição zeta de si mesmo seria consideravelmente menos tolerante ao esforço cada vez mais estridente para extrair dinheiro e à conformidade forçada. Eu acho que virão tempos interessantes.