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sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

As delícias de uma infância feminista

abandonadatraduzido por Tocaia, da Equipe Búfalo de Tradução
Por W. F. Price, do The-Spearhead.com
Tempos atrás foi lançado um artigo no New York Times escrito por uma mulher que tira um pouco do seu tempo para cozinhar pra sua filha pois ela, como muitas crianças nascidas após o feminismo, cresceu em um vazio doméstico. Na verdade,a infância dela parece ser uma de negligência ainda maior que aquela sofrida por crianças deixadas sozinhas em casa. Ela dá sinais de mal nutrição e feridas psicológicas.
“Há um tempo atrás, eu tinha uma mãe que habitava a cozinha com zelo. A felicidade de lamber coisas doces da colher de misturar depois que ela mexia o pudim ou derramava a massa de bolo na forma, geralmente era minha. Eu acreditava que minha mãe amava esses momentos e toda nossa vida em família baseada no lar, tanto quanto eu.
Porém, na época em que completei 9 anos, meu irmão e eu morávamos em um lar pós- divórcio, com meu pai em uma nova casa e minha mãe em uma completa revolta feminista. Jantares de cordon bleu de galinha e doces caseiros deram lugar à carne assada no forno que eram considerados prontos para comer somente quando minha mãe conseguia se desprender de seu trabalho com artes e vendê-lo – ou, quando ela não estava em casa, nem mesmo para o jantar, a não ser que você conte a banana que eu comia enquanto me agachava dentro do armário, esperando que nenhum assaltante pudesse me ver através da janela quando a escuridão da noite chegava.
[...]
Pra minha mãe, a cozinha parecia uma armadilha. Quando o movimento feminista floresceu no final dos anos 60, ela estava pronta. Ela dizimou seu espírito de dona de casa da mesma forma que Virginia Woolfmatou a imagem da dona de casa perfeita.
E então uma onda de ódio, frustração e vontade irracional tomou conta dela. Eu vi isso na veemência que ela tinha contra meu pai e nos estridentes grupos de aumento de conscientização que se encontravam na nossa sala de estar. Eu vi isso no conteúdo mudado nos pratos do nosso jantar: uma coxa de frango seca, uma batata murcha de tanto cozinhar.
Quando minha mãe digitava correspondências de trabalho em uma máquina de escrever elétrica bem além da hora de dormir, minhas necessidades não tinham vez. Em outras noites eu ficava acordada por horas,sem conseguir dormir até ela chegar em casa à meia noite.
Reclamar não me levou a lugar algum. Minha mãe era uma força incontrolável,poderosa, bonita e finalmente feliz. Enquanto seus dias e noites se expandiam para incluir festas, romances e a fundação de organizações feministas, eu pude ver na sua face radiante e no seu sorriso que ela estava alcançando seu potencial. Seu cabelo cresceu para cima,uma porção de cachos que gritavam a sua liberdade.
Ela sofreu e brigou. Ela era talentosa. Ela merecia prosperar.”
Essa última parte parece ser alguma forma da Síndrome de Estocolmo.
E a parte seguinte retrata a mãe dela sob um prisma quase satânico:
“”Mas meu corpo demonstrou minha devastação. Eu fui de bem alimentada e popular na 3ª série para quase esquelética e por vezes importunada no 5ª série. Eu não era anoréxica; só não sabia cozinhar. Me tornei pálida com olhos fundos e sofria com dor de cabeça, dermatite e dor no estômago. No parquinho ao ar livre, as outras crianças gritavam,”Ela é tão magra, parece que vai sair voando”.
E eu estava solitária. Nas tardes dos dias de semana eu entrava em casa usando a chave do colar em meu pescoço. Se minha mãe estivesse em casa, eu a acharia em seu estúdio no porão, carregando um maçarico, moldando metal para fazer esculturas. Ela vestia um avental de couro, luvas até o cotovelo, um boné de bolinhas, uma máscara e um visor de plástico. Seu vasto cabelo vermelho saia na parte de trás do boné, um sinal de sua incontida paixão.
“Mãe!”Eu gritava, mantendo minha distância, pois até as fagulhas podiam queimar você. Ela olhava pra cima, apertava o botão pra parar o gás,tirava a máscara e o visor,mostrando seu rosto sardento.”
Quando se tem uma mãe assim, a resistência passiva é a única resistência com que você pode contar.
Se eu tinha um plano,eu falava pra ela: ”Estou indo pra casa do Phylli. ”Ou “Eu tenho dever de casa.” Mas quando eu tinha problemas sociais na escola, eu queria a companhia dela. ”Estou entediada.” Eu dizia. ”Não tenho nada pra fazer.”
“O tédio é uma oportunidade.” ela dizia.”Você vai achar algo.” Então ela voltava ao trabalho de derreter o metal por várias horas novamente. Mais tarde eu aprenderia que ela estava correta sobre o tédio. Eu recebi um bom treinamento para ser criativa e solitária ao mesmo tempo.
Mas naquela época, em várias tardes, eu voltava pro meu quarto, sentava no meu lençol rosa e chorava. Parecia que eu não era mais importante pra ninguém. Meu coração se encolheu em um nó de dor e de saudade.
Imagino por quanta terapia essa mulher passou.Talvez seu retorno à cozinha para cozinhar pra sua filha é uma forma contínua de terapia – um espécie de refúgio onde ela pode voltar ao conforto de sua primeira infância, antes de sua mãe se tornar totalmente feminista.
“Por conta da minha história, eu sei o quanto o cuidado trivial com as crianças importa. É por isso que eu paro de trabalhar quando o dia escolar acaba e cumprimento minha filha com um abraço. Eu posso estar cansada,estressada ou irritada; eu posso lamentar o confinamento, a repetição, os limites da carreira. Mesmo assim ainda a abraço. Eu fujo da hora extra e me abro à oportunidade de curtir a minha filha.
Minha alegria vem espontaneamente, inspirada por uma garota de pernas compridas e grandes olhos castanhos que acabou de chegar em casa. Mas nosso tempo juntas é mais do que apenas felicidade .Quando eu dou a ela um lanche e olho em seu rosto, interessada nos acontecimentos de seu dia, eu quero que ela sinta o quanto eu me importo. Ela importa mais pra mim do que qualquer coisa que eu pudesse estar fazendo sem ela. E nós não teremos essas tardes para sempre.
Quando ela me falou no Dia das Mães que ela ama o que eu faço na cozinha, eu percebi por que eu amo também. Porque enquanto eu misturo,corto e cozinho enquanto ela estuda, canta, desenha, tagarela, pilota uma scooter e faz um trabalho excepcional em ser jovem, eu estou bebendo de alguns dos prazeres que eu perdi.
Meu marido também cozinha. Ele é generoso e competente na cozinha. Mas para mim, a cozinha é um lugar de cura. E quando minha filha e eu fazemos, contentemente, nossos papéis aqui, é como se pisássemos em um espiral de experiências que mandam bons sentimentos para circular entre nós. Estamos nos banhando em uma forma de amor mutualmente aumentado, uma versão maior do círculo que amamentar ou acalentar um bebê pode criar: um dá-e-recebe que afirma nosso valor com pais e filhos.”
Esse artigo,apesar de cuidadosamente escrito, é uma acusação dura ao monstro criado pelo feminismo radical. De acordo com as próprias feministas, nada isenta um pai da responsabilidade de prover para seus filhos, então o que diabos isentaria uma mulher de cuidar dos seus?